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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Essa não é uma carta de despedida

Pensei em não escrever uma carta para vocês. Assim, talvez, minha partida não seria vista como despedida, mas sim como um 'até logo'. Só que, por mais clichê que isso possa parecer, na vida páginas não podem ficar em branco. Essas folhas nas quais minhas palavras estão sendo escritas são de um bloco que ganhei de presente. Até poucos minutos, ele estava intacto. Agora não mais. Rasguei-o. Ele não está mais completo. Mas essa incompletude é justamente a finalidade dele. O bloco agrupa folhas, que sabem que seu destino é o encontro de um escritor; ao serem destacadas, mesmo que por algum momento sintam-se sozinhas, perdidas, elas ajudam a escrever uma história. Eu, assim como vocês, sou uma folha. Quero histórias de um lugar mais distante. Por isso deixo o bloco que tanto amo. Aqui, vocês continuarão a escrever juntos. E eu acompanharei, mesmo que de longe, cada escrita. Minha incompletude terá fim a cada vez que nos agruparmos novamente. Boas histórias, 'minhas folhinhas'. Essa não é uma carta de despedida. É de encontro!

Estrela, 14 de dezembro de 2010

Andi

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

x, y e as reticências

Ipsilone: Reticências fazem diferença?
Xis: Não! Mas deixam suspense, não?
Ipsilone: Suspense é o meu segundo gênero preferido...
...Xis: Drama em primeiro?
Ipsilone: Tão previsível assim?
Xis: Afinidades...

domingo, 26 de setembro de 2010

"Você vai gostar"

O cenário era um bar da cidade. A história não é nova. É de meses atrás. Eu era um dos personagens. A protagonista era ela, a cantora. Depois da primeira vez que lá estive, voltei outras duas, uma atrás da outra. O motivo foi um só: a música cujo refrão não saía da minha cabeça. "Tô bem certo de que você vai gostar, você vai gostar..." Ela cantava o trecho com um sorriso malicioso e fixando o olhar no meu . Parado ali, em posição contemplativa, eu correspondia à saudação. Não havia, de fato, nenhum interesse um no outro. Era pura encenação do romantismo e do saudosismo que a canção desperta; que me tomam agora e me fazem sentir vontade de voltar ao bar e novamente cantar: "Tô bem certo de que você vai gostar, você vai gostar..."

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O amor e a dor de barriga

Como ela mesmo escreveu, a linha do assunto do e-mail era autoexplicativa: começo na segunda-feira. Fez a entrevista e, horas depois, o escritório retornou, informando que ela tinha sido aprovada. Veio me contar. Estava feliz. O namorado também. Felicidade que fez com que de manhã, antes mesmo dela participar da seleção, ele já estivesse com dor de barriga. "De nervosismo, por solidariedade a mim", justificou, inserindo risadas - felizes e amadas risadas - depois da declaração.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

terça-feira, 29 de junho de 2010

Aconchego

Meu aconchego. Essa é a mensagem na entrada de uma propriedade visitada hoje por mim. Mas estará o aconchego humano entre as paredes de concreto ou em um mundo nada palpável que existe muito além de nossos portões?

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Para a terra girar lentamente...

"Se ele pode estar no cosmos,
numa não qualquer Estrela,
por que aceitaria aPortar Alegremente numa cidade menos sideral?
Mas isso nao seria motivo para nao se fazer o convite:
Que tal fazer a Terra girar lentamente outra noite?"


Respondo que sim, ao som de Fireflies, de Owl City.

domingo, 23 de maio de 2010

Poeta dos pampas

 "Dizer que és somente irmão
É algo que não consigo,
Pois considero-te amigo,
Filho e até um pai
E esse verso que a ti vai
Não passa de um complemento
Que reforça o sentimento
De amor por tua pessoa
Sabe quando a gente não enjoa
De conviver com alguém?
Em rezas, digo amém
Por ter me posto ao teu lado
Um ser tão iluminado
Que a luz reflete até em mim
Depois de ti ao mundo eu vim
Por isso todo respeito
Mano, estás no meu peito
Até o fim da minha vida
Calma, rapaz, não é corrida
Dê valor ao caminho, não à velocidade
Use sempre da verdade
Essa é a minha mensagem
Saúde, felicidade!
Minha melhor reportagem."

Versos de Evandro Pereira, em 15 de maio de 2010.

terça-feira, 9 de março de 2010

Pedidos

O cenário é uma padaria. A garçonete se aproxima do grupo, que faz o pedido.
- Para mim, um sonho... Um sonho bem grande e doce - solicitei.
Denise quis mil folhas. "Contadas e em branco."

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Minha mãe me alimentou de amor

Um dos momentos mais lindos que já tive com a minha mãe aconteceu na manhã de hoje. Saí do meu local de trabalho para colocar para fora o choro descontrolado que tentava, em vão, segurar. Corri para o aconchego de casa. O amor me tirou a fome e a dor me fez deitar em minha cama. Minutos depois, ela entrou pela porta do meu quarto, dizendo que não gostava de me ver assim. Chorou, dividindo comigo as lágrimas. Perguntou-me, mesmo já sabendo, qual era o motivo. Relutei. Ela carinhosamente insistiu e eu disse o nome do amor, o suficiente para que ela entendesse que estou longe de superar o furo feito na bolha  da felicidade na qual eu vivia. Deu-me, então, o conselho mais óbvio e mais sábio que poderia: "Ergue a cabeça e segue a tua vida". Em seguida, ganhei um beijo e um abraço. Minha mãe me pegou pela mão e me levou para a mesa, onde almoçamos a sós. Ela me alimentava de amor.

domingo, 24 de janeiro de 2010

A revelação

Os olhares não se cruzavam para não tornar real aquilo que, por ora, só as cartas trocadas eram confidentes. Sem demonstrar muito interesse ou preocupação com o que acontecia ao seu redor, voltava seus pensamentos para o possível relato da nova condição assumida para o seu eu adolescente. E ria...