Web Analytics

quarta-feira, 14 de março de 2012

Confesso, nunca fui a Paris

Confesso: nunca fui a Paris. Não sei como são as águas do Rio Sena, apenas sorrio quando me falam das obras que guarda o Museu do Louvre, e não tenho registro fotográfico de mim no gramado da Torre Eiffel. Mais que o luxo da alta moda ou o requinte do champagne francês, interesso-me pelas produções cinematográficas, desde o menos popular La Tête en Frich até o grande clichê Le fabuleux destin d'Amélie Poulain. Todos vistos pela tela de cinema, é claro. À Paris, ou qualquer outra cidade francesa, nunca fui.

Não ter ido a Paris é um agravante. Primeiro porque estou mais perto da casa dos 20 que dos 30 anos de idade. E os jovens, bem, os jovens hoje precisam ir até Paris, Londres ou até mesmo Nova York para mostrar aonde querem chegar – mesmo que na maioria das vezes seja mais perto do que se pensa. A outra razão é que sou jornalista. Ou seja: podemos até ganhar um salário que implique no parcelamento da passagem e hospedagem, mas é obrigação saber falar sobre as viagens que se fez; se a Paris, melhor ainda. E o último detalhe, que faz toda a diferença: sou gay. E nós, gays, somos sinônimos de bem-viver. Quer mais bem-viver que Paris?


As filhas de um casal de amigos, ambas por volta de seus seis, sete anos de idade, já foram a Paris. A maioria dos meus contatos nas redes sociais, vide seus álbuns, também. Mas eu, veja só. Nunca. Nunca fui a Paris.

- De onde viemos? Para onde vamos?


Não me amole com estas questões. O que importa mesmo é ter ou não ido a Paris. Eu nunca fui. E sendo assim, minhas impressões de nada valem. Se só estive aqui, nunca acolá, como afirmar, convicto, se prefiro branco ou preto, o calor ou o frio? Só saberia tivesse ido a Paris. Sim, tivesse ido não estaria agora com a bunda sentada na cadeira, escrevendo sobre uma cidade onde nunca estive.

Ah, tivesse eu ido a Paris tudo seria diferente. Saberia a cor das águas do Sena; contaria aos desavidos, como eu, os detalhes das obras do Louvre; e reclamaria ao garçom o sabor do café.

- Nem de longe lembra os de Paris!

Teria sentado a bunda não nesta cadeira, mas em um banco parisiense. De preferência sentindo o gosto do champagne e contemplando a moda francesa. Honraria os jovens, os jornalistas, os gays. Mas confesso: nunca fui a Paris.

5 comentários:

Anônimo disse...

lamento que paris nao te conheca meu caro! sera uma honra... pra ela, esse encontro.

Tel Braga disse...

adorei!!! ah, e eu tb nunca fui a Paris, mas ganhei uma mini torre Eiffel de presente de um amigo que esteve por lá... vale? rs

D.T. disse...

Eu não ganhei uma mini torre Eiffel, mas ganhei um chaveirinho...hehe.

Unknown disse...

hahahahahaha Vale muito Telminha!!! :) Temos que ir a Paris! rs

Denise Hennemann disse...

Já fui a Paris, e um dia, certamente, irás também. De fato, é linda. Mas fujo de rodas em que ouço "lembra quando fomos a Paris?". Sou mais daqui.