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segunda-feira, 7 de julho de 2014

Sobre o amor e a ortografia

Eu sempre prezei por pontos, vírgulas, travessões. Todas essas regras de português. Todas essas regras. Saber escrever, pra mim, era requisito básico para a conquista, para o amor. Aí um dia percorri meus olhos naquela confusão de letras que era você. Naquela confusão que era você. Naquela confusão. Em você.

Pra que te interpretasse, era preciso que eu organizasse a sua escrita. Colocasse cada ponto, cada vírgula no seu lugar. Acho que as suas mensagens são uma tradução do que é você: está tudo ali, mas de certa forma meio atrapalhado, meio bagunçado. Como compreender?

Ainda mais eu, que tenho a mania de colocar cada coisa em seu lugar – não só ortográfico. Ao mesmo tempo, também tenho de lidar com a bagunça da minha própria linguagem.
Acho que invejo a sua forma tão mais simples de escrever suas histórias. Afinal, é preciso mesmo tantas normas? Digo, é claro que a forma tem o seu valor. Quem ler essas palavras, tal qual as coloco aqui, talvez se impressione pelo meu domínio do português. E eu me impressionei com a sua "escrita pura".


Em termos de literatura é até poético – ao menos da forma como vejo. Mas acontece que a semântica ajuda a construir as relações fora das folhas de papel. O ponto e a vírgula, quando separados, são bem simples - e nem é tão difícil assim aprender a usá-los. Assim como um parágrafo novo. Assim como as reticências.

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