Eu sempre prezei por pontos,
vírgulas, travessões. Todas essas regras de português. Todas essas regras.
Saber escrever, pra mim, era requisito básico para a conquista, para o amor. Aí
um dia percorri meus olhos naquela confusão de letras que era você. Naquela
confusão que era você. Naquela confusão. Em você.
Pra que te interpretasse, era
preciso que eu organizasse a sua escrita. Colocasse cada ponto, cada vírgula no
seu lugar. Acho que as suas mensagens são uma tradução do que é você: está tudo
ali, mas de certa forma meio atrapalhado, meio bagunçado. Como compreender?
Ainda mais eu, que tenho a
mania de colocar cada coisa em seu lugar – não só ortográfico. Ao mesmo tempo,
também tenho de lidar com a bagunça da minha própria linguagem.
Acho que invejo a sua forma
tão mais simples de escrever suas histórias. Afinal, é preciso mesmo tantas
normas? Digo, é claro que a forma tem o seu valor. Quem ler essas palavras, tal
qual as coloco aqui, talvez se impressione pelo meu domínio do português. E eu
me impressionei com a sua "escrita pura".
Em termos de literatura é
até poético – ao menos da forma como vejo. Mas acontece que a semântica ajuda a
construir as relações fora das folhas de papel. O ponto e a vírgula, quando
separados, são bem simples - e nem é tão difícil assim aprender a usá-los.
Assim como um parágrafo novo. Assim como as reticências.
Nenhum comentário:
Postar um comentário